sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Xadrez na nossa ilha!












Fonte: http://www.dnoticias.pt/impressa/revista/193735/196257-fora-de-servico

Medeiros Gaspar foi campeão regional e colabora no 'regresso' da modalidade.



Tudo começou quando a mãe de um vizinho encontrou um jogo de xadrez, a arrumar um quarto. Medeiros Gaspar tinha então dez anos e nem sabia mexer as peças. Aprendeu rapidamente e tornou-se num dos jogadores mais empenhados da vizinhança. Um 'vício' que mantém até hoje.
'Naquela altura, no meu grupo de amigos, as coisas eram por febres. Jogávamos um mês inteiro de 'monopólio', de manhã à noite. Depois foi o 'Spectrum' [Nota: computador rudimentar da década de 1980] e por fim o xadrez', recorda o deputado do PSD.
O facto de ser um miúdo 'eléctrico' terá sido um dos motivos que levou a mãe a comprar-lhe um livro de iniciação ao xadrez. 'Assim, sempre ficava quieto durante algum tempo'.
Da iniciação passou à 'especialidade'. E de tal forma se empenhou que os livros subiram rapidamente de nível.
'Tive a oportunidade de participar na Juventude e Trabalho e, quando tinha uns 14 anos, todo o dinheiro que ganhei, creio que eram 11 contos, gastei-o em Lisboa, na Livraria Portugal, a comprar livros de xadrez', lembra.
Desde os jogos organizados pelo INATEL, às iniciativas de Verão do FAOJ - actual Direcção Regional da Juventude -, em tudo Medeiros Gaspar participava. O objectivo era jogar com quem 'sabia mais' e evoluir.
'O objectivo do xadrez é jogar muito e com quem joga mais do que nós', explica.
Dos torneios de Verão passou para os campeonatos regionais, numa época em que o xadrez tinha muitos praticantes na Madeira. Os resultados foram bons: um título de campeão de juvenis e dois de juniores.
'Fui jogar aos campeonatos nacionais, sobretudo para aprender porque lá o ritmo era muito diferente, com mais jogadores e de nível elevado', reconhece.
Na 'Francisco Franco', onde foi presidente da associação de estudantes, recorda o feito de ter conseguido, com o 'apoio do professor Mateus e de outros colegas', fazer com que a escola jogasse xadrez. 'O bar parava para ver os jogos', garante. A ida para Lisboa, para a faculdade, não travou o gosto pelo xadrez, mas a competição federada passou para segundo plano.
Hoje, nem a política - embora jovem é um dos deputados com mais anos de parlamento - impede a prática do seu 'vício'. Só tem pena que a modalidade tenha 'desaparecido da Madeira'.
Recentemente, participou numa acção que serviu para marcar o regresso da secção de xadrez do CS Marítimo - na foto supra, surge à esquerda, jogando com Deodato Rodrigues.
Xadrez ensinado nas escolas


A vida segue rumos diferentes dos traços pelos sonhos. Medeiros Gaspar reconhece que sempre sonhou 'ser jogador de xadrez', jogar a um nível elevado, defrontar os grandes mestres. Era isso que sentia quando começou a jogar e espera ver transmitido às crianças que vão iniciar-se na modalidade.
O projecto da Escola do CS Marítimo agradou-lhe e, por isso, disponibilizou-se para colaborar. 'Eu nem sabia que a escola tinha, no seu projecto, o xadrez, o que é excelente'.
Gaspar não tem dúvidas de que é nas escolas, mesmo antes dos dez anos, que as crianças devem tomar contacto com um desporto intelectual que ajuda a desenvolver o raciocínio. É assim na maioria dos países que já produziram grandes campeões. O Leste da Europa é o principal exemplo.
Na Madeira, espera ver implementado um projecto de 'xadrez nas escolas'.

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