sexta-feira, 29 de março de 2013

Campeã Brasileira Sub-20 De Xadrez

Campeã Brasileira Sub-20 De Xadrez - Thauane De Medeiros, mostra como se esforça para poder jogar xadrez.





Carlos Dias, um português entre a elite do xadrez


Árbitro credenciado, foi nomeado pelo presidente da FIDE para o torneio de candidatos. E fala um pouco sobre os bastidores da prova.


Há um representante português no torneio de candidatos ao título de campeão mundial de xadrez. Só que não se trata de um jogador. Carlos Oliveira Dias é um dos três árbitros da prova, tendo sido directamente nomeado para essa função pelo presidente da Federação Internacional de xadrez (FIDE), Kirsan Ilyumzhinov, naquela que é a mais importante arbitragem da sua carreira e um feito que nenhum outro juiz português alcançou.
Nascido em Moçambique há 53 anos, em Lourenço Marques, actual Maputo, foi ainda na infância que teve as primeiras luzes sobre xadrez, por intermédio de dois tios, que o introduziram nos segredos de Caíssa. Desde cedo se revelou mais vocacionado para a componente organizativa das provas, tendo começado a desenvolver essa vocação a nível escolar. O período conturbado da descolonização fê-lo regressar, como tantos outros, a Portugal, instalando-se na cidade de Leiria.
No início dos anos 1980 realizou as suas primeiras arbitragens a nível nacional e alcançou o título de árbitro internacional em 1997. O topo da carreira surgiria em 2010, quando lhe foi outorgado o título máximo na arbitragem, o de FIDE Lecturer, que apenas 43 árbitros no mundo inteiro possuem. Em conversa com o PÚBLICO, partilhou algumas das suas impressões sobre aquele que, para muitos, já é classificado como o mais importante torneio da história do xadrez.
No carismático Savoy Place, no centro de Londres, onde decorre a prova, tudo está organizado com o máximo de profissionalismo. O torneio foi planeado de forma rigorosa: desde o conforto providenciado aos participantes aos cuidados para evitar tentativas de fraude por uso de meios informáticos, com detectores de metais e bloqueio de sinal de Internet, passando pelo fornecimento de um tablet aos espectadores presentes, com acesso apenas a uma fonte específica de sinal, que permite seguir os comentários em directo das partidas a decorrer.
“A prova é realmente algo de especial. Desde os aspectos competitivos até aos extracompetitivos, tudo foi programado ao detalhe. As peças são um modelo novo, com design especial e exclusivo. As próprias transmissões são inovadoras”, continua Carlos Dias. Aponta como único senão o ritmo de reflexão utilizado, sem incremento de tempo por jogada nos primeiros 60 lances e, a partir daí, com 30 segundos acrescidos, o que já valeu ao infeliz Vassily Ivanchuk três derrotas por exceder o limite estipulado de duas horas para os primeiros 40 movimentos.
Ivanchuk é apenas um dos grandes xadrezistas com os quais o árbitro português convive regularmente. “Os jogadores, de um modo geral, são simpáticos. Claro, uns mais que outros. O [Levon] Aronian chegou mesmo a juntar-se a mim e ao árbitro chefe na cerimónia de abertura e, quando lhe disse que a primeira vez que o arbitrei foi em Cappelle, em 1996, era ele um garoto, respondeu-me: ‘The good old days [Os bons velhos tempos].’ O [Boris] Gelfand, por exemplo, bebe um expresso no início e outro quase ao fim das sessões. Já nem pede... no tempo certo, lá está o café”, conta.
A visita a Lisboa da elite do xadrez mundial esteve na agenda da FIDE até há pouco tempo - estava prevista a realização do terceiro torneio da série Grand Prix na capital portuguesa -, mas, por decisão da Agon (empresa que detém os direitos de organização do evento), a prova acabou por ser desviada para Zurique, onde Carlos Dias fará a próxima arbitragem: “Com o cancelamento do torneio de Lisboa, perdemos uma boa oportunidade de dar um empurrão no nosso xadrez. Mas outras provas virão, estou certo.”

Benefício do Xadrez nos Jovens


O Processo de Xadrez como uma ferramenta para desenvolver mentes das nossas crianças



Podemos ler no seguinte site:

http://www.auschess.org.au/articles/chessmind.htm


Arménia: O país que revolucionou o ensino do xadrez fazendo aulas obrigatórias


A Armênia é um país pequeno sobre as fronteiras da União Soviética e do Oriente Médio. Com apenas 3 milhões de pessoas, não só as suas populações são muito menores do que no Chile, mas também os seus recursos económicos, com uma renda per capita inferior a 5 vezes um chileno.
No entanto, a nação tem uma arma secreta em seu programa educacional que a distingue de qualquer outro país do mundo: o xadrez .
De fato, desde 2011 Arménia é o único país que tem feito aulas obrigatórias para os alunos com este jogo antigo a partir dos 7 anos, em um programa que exigiu o investimento de 3 milhões para equipar todas as escolas no país com tabuleiros e professores especializados.
Por uma hora, as crianças recebem instruções e, em seguida, enfrentam um ao outro, fazendo de xadrez uma de suas aulas favoritas.
"Eu amo as aulas de xadrez, o tempo voa por nós", disse Susie Hunanyan 7 anos. "Meu avô me ensinou a jogar xadrez, mas agora ao ter aulas na escola, jogo melhor do que ele", confidenciou.
A cultura desportiva de um país que tem mais de 30 mestres e ganhou a Olimpíada Mundial de Xadrez em 2006, 2008 e 2012, mas oferece outros benefícios para os alunos.
" Xadrez desenvolve múltiplas habilidades: liderança, tomada de decisão, planeamento estratégico, pensamento lógico e responsabilidade. Estamos incorporando essas qualidades em nossa juventude. O futuro do mundo depende de ambos os líderes criativos capazes de tomar decisões corretas em relação a assumir a responsabilidade pelo mal ", disse o ministro da Educação, da Arménia, Armen Ashotyan.
E não é apenas uma presunção. Uma equipa local de psicólogos liderados pelo professor Ruben Aghuzumstyan tem seguido o progresso dos estudantes desde a implementação do programa, verificando seus benefícios em áreas como a individualidade, o pensamento criativo, reflexos e análise comparativa.
"Durante os primeiros anos de escola, as crianças estão habituadas a aprender através da brincadeira. Para os meninos de 7, 8 ou 9 anos, o xadrez é um jogo otimizado para o desenvolvimento de determinadas áreas dos seus cérebros ", disse Aghuzumstyan.
O programa armênio tem atraído tanto a atenção de líderes mundiais, que agora outros países como a Moldávia, Hungria, Ucrânia e Espanha se preparam para começar a incorporar o xadrez em suas classes regulares.
O xadrez melhor do que o futebol?
Claro, os fãs de armênios para o xadrez não é uma febre repentina, mas uma cultura nacional que se tornou um desporto ainda mais popular do que o futebol.
Aqui é o Estado que financia grande parte das atividades da Academia Xadrez da Armênia, para que os jovens possam receber aulas gratuitas com especialistas de nível mundial. Um é Tigran Petrosian, que aos 29 anos é uma celebridade nacional.
"As pessoas me cumprimentam na rua ou me chega em casa. Apoiadores me enviam muitas mensagens. Estou realmente muito feliz de ser um jogador de xadrez neste país ", diz ele.
Amor da Armênia para o jogo de xadrez é clara. Em seus quiosques vendem revistas, DVDs, livros e até mesmo jornais sobre o jogo. Há mesmo dois canais de TV.
E no nosso País, quando isso ocorrerá?